Comunicação na Era Digital

Comunicação na Era Digital

Com a massificação dos dispositivos digitais, que vão desde smartphones a smartwatches, e a conexão permanente à Internet, passámos a estar ligados em rede 24 horas por dia. A comunicação foi digitalizada e tornou-se omnipresente. Passámos a relacionar-nos, a comunicar, a divertir-nos e a trabalhar por intermédio de plataformas digitais. É indiscutível o impacto da tecnologia na forma como as sociedades se organizam e comunicam.

Se antes já era possível observar uma transformação digital em diversos quadrantes, nomeadamente no económico, social e laboral, com a situação pandémica esta transformação tomou impulso e impôs-se, exigindo às organizações, sector público e a todos nós uma transição para o digital. De todos os aspetos e processos que mais impacto sofreu com esta transição urgente foi, talvez, a comunicação. O distanciamento social trouxe consigo novas formas e hábitos de interagir, comunicar e de relacionamento. Seja ao nível interpessoal, com as organizações ou instituições públicas.

Entre nós, a comunicação entre um único de emissor e recetor parece estar a passar para segundo plano, dando lugar às comunicações em grupo e de massa. São exemplos os grupos criados nas diversas aplicações de trocas de mensagens como, por exemplo, o Whatsapp ou Telegram, onde, de uma só vez, é possível fazer chegar a mensagem a um grande número de destinatários, que constituem esse grupo e com eles dialogar, de muitos para muitos. Organizamos as nossas conversas em diferentes grupos, de acordo com os assuntos ou temas, não nos limitando à mera troca de mensagens, mas também à criação de relações e partilhas.

Entre a organização e os seus colaboradores, a comunicação, facilitada pelos dispositivos móveis, assumiu uma nova dimensão, ocorrendo a qualquer momento e de formas múltiplas, seja por videoconferência, chamadas de voz ou até mesmo com recurso à troca de mensagens de texto, num chat, possibilitando o trabalho. Contudo, também ameaça a vida pessoal e quotidiana do colaborador, já que, com frequência, este diálogo ocorre para além do horário laboral.

As empresas utilizam as redes sociais e aplicações de mensagens instantâneas para se aproximarem e dialogarem com os clientes, mas também para os conhecer melhor. Aqui, ambos os intervenientes, estão ao mesmo nível e o diálogo flui de uma forma mais direcionada, personalizada e informal, criando narrativas que procuram estabelecer, junto do cliente, uma experiência mais humana e individualizada. Estes canais de comunicação são um ponto de encontro e, com frequência, usados também para recrutar e selecionar colaboradores.

A comunicação é hoje multicanal (correio eletrónico, chat, redes sociais, aplicações de mensagens instantâneas, videoconferência, etc.), podendo ter início face-a-face, presencialmente entre um único emissor e recetor, estender-se a um outro canal, por exemplo, correio eletrónico, e terminar numa rede social, aberta à participação de qualquer interessado. A comunicação tornou-se dinâmica e líquida, estando o verbo a ser substituído pelo vídeo, imagem, histórias, emojis e outros símbolos. Não mudou somente o meio, mas a própria gramática, conteúdo e significados da mensagem.

A tecnologia facilitou a difusão de informação, tornando a comunicação muito mais dinâmica, rápida e fluída, transformando a maneira como comunicamos e consumimos informação. Porém, esta comunicação é, cada vez mais, instrumentalizada, contextualizada e fragmentada. Vejamos, por exemplo, o caso das redes sociais, um dos principais canais de comunicação da atualidade e cada vez mais direcionadas, como é o caso do LinkedIn, um canal específico para as relações e contactos profissionais; o Facebook, mais orientado para as relações menos formais, entre amigos e organizações; o Snapchat, para comunicar com quem nos é mais próximo; ou o Slack, direcionado para equipas de trabalho, entre muitas outras.

A telepresença, os mundos virtuais ou as interfaces cérebro-computador, por exemplo, trarão, num futuro próximo, mais mudanças na forma como interagimos e comunicamos. É importante refletir sobre como nos apropriamos destes formatos comunicacionais, de maneira a integrá-las harmoniosamente e a melhorarmos a qualidade das nossas relações.

Por  Rui Cunha
Coordenador do Citeforma na área da Multimédia

21 outubro 2021

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