Formar no Séc. XXI, os desafios colocados pelos novos formandos e a Internet das Coisas (IOT) foram alguns dos temas abordados sexta-feira, no encontro temático de formadores que teve lugar na E-Tech Portugal’17,em Setúbal. A conferência, dinamizada pelo Citeforma, em parceira com o IEFP, procurou ser um espaço de partilha de conhecimentos sobre o que se faz nestas áreas atualmente e de reflexão sobre futuro e o caminho para as novas gerações.
No mesmo espaço, decorreu também na sexta e sábado, uma feira tecnológica, workshops e concursos de robótica drones, impressão 3D e gaming.
Pedro Santos, da Direção de Serviços de Qualificação do IEFP e Agostinho Castanheira, diretor do Citeforma, abriram o Encontro Técnico de Formadores. Esta parceria entre as duas instituições vem na continuidade de um trabalho que tem sido dinamizado através de um Ciclo de Seminários dedicado à Inovação no Ensino Formação, neste Centro de Formação. A equipa que tem dinamizado estas sessões, Cristina Tavares (Citeforma), Vitor Santos (UNL/Citeforma) e João Lourenço (IEFP) trouxe a Setúbal alguns dos temas chave que ligam a Formação à Tecnologia e Inovação.
As keynotes deste seminário foram feitas por Vitor Santos (UNL/Citeforma), que começou por referir que hoje todos utilizamos um smartphone e carregamos assim, um computador. Estamos hoje, todos ligados à internet, uma realidade que começou a ser mais evidente a partir de 2006. A ligação de objetos também ligados à internet e a possibilidade de comunicação, entre objetos, de forma inteligente e cooperativa é uma realidade atual, frisou o orador. “A IOT já existe, não é futuro”. Esta realidade está também a mudar o setor da educação e forma como hoje se realizam as aprendizagens. A possibilidade de deslocar o ensino fora de portas e de o formador ter, cada vez mais, um papel de facilitador foram algumas das ideias lançadas.
O Formando do Século XXI foi caracterizado por Cristina Tavares (Citeforma) e Filipe Montargil (ESCS-IPL). A diferenciação, apresentada como valor competitivo no mercado de trabalho, a maior exigência com os contextos de aprendizagem a procura de contextos de aprendizagem colaborativos e interativos, recusando o papel passivo de “destinatários” do processo formativo e a menor disponibilidade para investir em tempo são algumas características da nova realidade, descrita por Cristina Tavares.
Filipe Montargil frisou as linhas de continuidade no ensino, desde a idade média. Destacou, no entanto, os desafios que se colocam atualmente aos professores e formadores como a mudança da forma de contar histórias que tem de ser hoje mais sucinta, a comunicação tendencialmente instantânea, e a escolha da informação.
Seguiu-se um exercício de Aula Prática, dinamizado por Vitor Santos com a colaboração de Cristina Tavares, do qual se concluiu que, o facto de termos tecnologias à disposição pode melhorar as práticas pedagógicas. Há uma possibilidade de recolha de informação maior, num curto espaço de tempo, que obriga também a uma seleção mais criteriosa. Por um lado, o formando sente-se mais envolvido no processo, por outro, o remete o formador para um outro perfil de competências.
Ana Dias e Leonor Rocha (Tech Minho) falaram sobre o Formador no Século XXI, a partir de um trabalho que têm neste momento em curso: o Referência Nacional do e-formador. Uma cronologia da atividade profissional de formador remete a regulamentação para 1994 e, mais uma vez, a tecnologia tem vindo a alterar as condições, fazendo com que, neste momento, haja urgência na construção de um perfil do e-formador em Portugal. Leonor Rocha aproxima os pré-requisitos deste profissional às competências do Cidadão Digital. A capacidade de processar informação e dados, de saber lidar com a segurança e questões relacionadas com a privacidade, a capacidade de comunicação, de criar conteúdos e de encontrar soluções para os problemas. O trabalho do e-formador atravessa depois cinco áreas de competência: design de cursos online, conteúdos digitais, plataformas, dinamização on-line e avaliação on-line.
Nesta reflexão sobre o perfil do formador para o séc XXIII, foram definidas características quer vêm ao encontro dos desafios descritos na primeira parte deste encontro: cursos preparados em pequenas sequencias de aprendizagem, o foco em resultados mais simples, uma testagem frequente dos conteúdos dos cursos e a simplicidade dos conteúdos.
Estes foram alguns dos desafios que se colocam ao futuro da formação e da profissão de formador debatidos. O Citeforma, em parceria com o IEFP e a Universidade Nova de Lisboa prevê dar continuidade a este debate sobre Formação, Inovação e Tecnologia, através de novas sessões de Seminários, a divulgar nos seus meios.
09 maio 2017
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