Impacto da Inteligência Artificial no Mercado de Trabalho Português: Resultados do Relatório Estado da Nação 2024

Impacto da Inteligência Artificial no Mercado de Trabalho Português: Resultados do Relatório Estado da Nação 2024

A Fundação José Neves acaba de divulgar a 4.ª edição do seu estudo 'Estado da Nação', que analisa as implicações da Inteligência Artificial (IA) no mercado laboral português.

O estudo revela a maioria dos trabalhadores sentirá o impacto dessa disrupção tecnológica. Em Portugal, as mulheres e os profissionais mais qualificados são os mais expostos e vulneráveis aos avanços da IA. Segundo os dados, 52% dos empregos ocupados por mulheres têm um risco elevado de serem automatizados, em comparação com 42% dos empregos ocupados por homens.

Além disso, os trabalhadores com níveis de qualificação mais elevados também se encontram mais expostos à automatização. Cerca de 56% dos empregos de profissionais qualificados têm um risco alto de serem substituídos pela IA, enquanto apenas 37% dos empregos de trabalhadores menos qualificados enfrentam esse risco.

As atividades mais expostas à IA estão associadas às áreas administrativa, financeira e de gestão, psicologia e direito. Profissões como analista e diretor financeiro, técnicos de estatística e matemática, economista, contabilista, advogados e solicitadores estão entre as mais afetadas. No entanto, alta exposição não é necessariamente sinónimo de ameaça. A maioria dos dirigentes e gestores (51%) integra o grupo de elevada exposição, mas também de grande complementaridade à IA. São profissões onde essas ferramentas tecnológicas podem potenciar o desempenho profissional. 

Por outro lado, profissionais com baixas qualificações, como trabalhadores da construção, indústria e agricultura, têm menor impacto da IA. O nível de exposição está abaixo dos 2% para esses grupos. No entanto, é previsto que a IA transforme o mercado de trabalho em breve, eliminando algumas profissões, exigindo a recomposição de outras e potencialmente criando novas oportunidades. 

Em Portugal, a grande força de trabalho (pessoas com idades entre 25 e 54 anos) está muito exposta à IA, assim como os trabalhadores com salários mais elevados e contratos sem termo. Do lado dos empregadores, as grandes empresas e os setores financeiro e tecnológico também estão envolvidos na adoção da IA. Essa mudança tecnológica exige adaptação contínua e preparação para enfrentar os desafios e oportunidades que a IA traz ao mercado de trabalho.

O estudo reforça a necessidade urgente de investir na formação e requalificação dos trabalhadores, de modo a prepará-los para as transformações que a IA irá trazer ao mercado de trabalho.

Fonte: Relatório Estado da Nação 2024

11 julho 2024

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