O impacto da digitalização na organização do trabalho

O impacto da digitalização na organização do trabalho

O desenvolvimento das sociedades está há muito vincadamente associado à revolução tecnológica iniciada em meados do século XX e que por efeito de um auto alavancamento nos trouxe aos dias de hoje a uma velocidade não prevista.

A digitalização é apenas um dos braços do polvo tecnológico que nos envolveu e modificou a forma de abordar a organização do trabalho. O 5G, a IoT (Internet of Things) e as medidas de controlo da pandemia Covid-19 vieram impulsionar esse desenvolvimento, acentuando a premência de repensar de forma mais estruturada os modelos de organização - mais conexão, inteligência artificial e maior automatização - não dispensando o conceito de sustentabilidade.

A integração de sistemas de informação, a segurança da informação, o armazenamento de dados em cloud e a proteção de dados assumem especial relevância na transformação das organizações.

A localização das empresas, a dimensão de espaços de trabalho e o regime de teletrabalho influenciarão as decisões das organizações. Os perfis dos decisores e dos trabalhadores serão o alicerce da transformação que acentuarão o caminho da globalização há muito iniciado.

As empresas tenderão para estruturas mais pequenas e mais versáteis. A informação terá que estar permanente disponível em online. A desmaterialização na área dos serviços será do input até ao output – o que já acontece em muitas áreas de prestação de serviços incluindo as das administrações públicas.

Os decisores equacionarão, na organização do trabalho e no processo de decisão, o recurso aos algoritmos, procurando aperfeiçoar o trilho para os resultados económicos pretendidos. Tanto os decisores como os trabalhadores não enjeitarão a nomadização de postos de trabalho. No entanto, o trabalho continuará indissociado da socialização e a produtividade continuará a dever muito ao sentimento de pertença à organização.

Os processos de organização do trabalho, embora com a tendência crescente de uma rápida transformação, encontrarão obstáculos de natureza política, social, económica e jurídica que os condicionarão. Não teremos já amanhã o que se pré anuncia.

A formação profissional, ela mesma condicionada pela envolvente em transformação, terá de desempenhar o papel de acelerador na adaptação de perfis de decisores e trabalhadores.

Por Pedro Santos

Membro do Colégio de Consultores do Citeforma

24 novembro 2021

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