O Citeforma deu início, esta terça-feira, ao II ciclo de Seminários desenvolvidos no âmbito das Tecnologias no Ensino / Formação. Refletindo a realidade pós-pandemia, o tema desta 1º edição foi Nova Era “Novos Contextos: Distância e Proximidade”.
Acompanhando o propósito do seminário, o Citeforma fez a sua estreia no modelo híbrido. Contou com cerca de meia centena de participações no Auditório do Citeforma, em Lisboa e quase três centenas de pessoas a acompanhar de forma remota, em plataforma digital. Permitiu que alguns participantes colocassem questões à distancia e duas oradoras também participaram de forma remota.
Para o Citeforma, este seminário permitiu testar um modelo que virá a ser implementado no futuro, nas suas ações de formação: o modelo hibrido. Estão neste momento, a ser reunídas as condições para que os formandos possam optar por frequentar uma ação de formação online ou em modo presencial. Ao simular e antecipar o que serão as sessões de formação do futuro o Citeforma está também a ter uma clara noção dos desafios a lidar.
O Citeforma voltou a contar com o IEFP - Instituto do Emprego e Formação Profissional e Nova IMS na organização deste Seminário. Nesta edição colaboraram ainda o Cesae-Digital, a Secretaria-Geral do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e a Fundação Inatel.
Cristina Tavares, Diretora Interina do Citeforma abriu a sessão com uma descrição das circunstâncias atuais: "Aquele contexto formal, com todas as pessoas ao mesmo tempo, com um ritmo formativo determinado pelas organizações que as concebem e planeiam, jamais voltará a ser o que era. Os formandos ou alunos provavelmente irão ter aquilo que sempre lhes foi prometido que é uma aprendizagem centrada neles. As tecnologias, que já existiam antes da pandemia, vão seguramente continuar a ser desenvolvidas para responder a estes desafios. Atrevo-me a dizer que o maior desafio vai ser colocado aos formadores, ao seu novo papel e, às entidades que organizam, planeiam e concebem formação".
João Lourenço, representante do IEFP na coordenação do evento, recordou o início deste ciclo de Seminários, em 2015, quando se debatiam questões de Inovação, sem nunca imaginar que, em 2022 poderia estar a falar num seminário em que a maioria das pessoas assistia de forma remota, como foi a realidade nesta edição. A fechar esta sessão de abertura, Vitor Santos, da NOVA IMS reforçava a importância de novos skills tanto para formadores como para formandos.
"Desafios para o futuro da educação/ formação" foi o primeiro tema da sessão, apresentado por Carlos Fonseca. O Diretor de Serviços de Qualificação do IEFP falou sobre a forma como a instituição foi surpreendida pela pandemia e teve de dar uma resposta rápida, em escala, uma vez que em causa tinham cerca de 5000 trabalhadores e 44000 formandos. "Melhorar a qualidade do que nos propomos fazer no âmbito da formação a distância, repensando espaços formativos, recursos didáticos (incluindo a realidade virtual aumentada), capacitação de formandos e de formadores e infraestruturas tecnológicas de suporte, constituem, entre outas, questões a não perder de vista."
Manuela Aparício (NOVA IMS) falou sobre "As novas salas de aulas". Na sua apresentação, a oradora deixou claro que, "Para o futuro, teremos de melhor entender a realidade que hoje estamos a viver, extrair lições sobre o que de melhor fizemos e o que temos de melhorar em prol da aprendizagem ativa. É por isso necessário transformar a aprendizagem, torná-la mais dinâmica, ajustada ao contexto em que vivemos e preparar os estudantes para melhor enfrentarem o mercado de trabalho”. Neste sentido, abordou algumas linhas possíveis para tornar o contexto de aprendizagem com um ambiente mais favorável, resultantes de estudos científicos e de boas práticas pedagógicas para o futuro da aprendizagem.
Neuza Pedro (Instituto de Educação da Universidade de Lisboa) também participou do forma remota no evento com o tema "O estudante Pós Covid". "As competências requeridas para percursos académicos e profissionais bem sucedidos têm vindo, nas ultimas décadas, a amplificar-se, a diversificar-se e a complexificar-se, num movimento não acompanhado pelas mudanças curriculares, pedagógicas e tecnologias a que a escola se tem mostrado recetiva."
Luís Roque, coordenador e consultor do Citeforma e formador em várias entidades, fechou este painel com uma caracterização do "Formador/professor pós COVID". Ultrapassado o momento de resposta acelerada, que começou pelo denominado ensino remoto de emergência, Luís Roque refere que "é fundamental que os educadores adquiram novos saberes para o seu desenvolvimento profissional, por meio da formação contínua, a fim de potenciar as suas ações em ambientes virtuais de ensino e aprendizagem."
As imagens das novas salas, já em funcionamento, da NOVA IMS causaram impacto na apresentação de Vanda França sobre "Infraestruturas Tecnológicas para ensino semi-presencial". Descreveu a forma como a instituição dotou a totalidade das suas salas de aula de ferramentas inteligentes de ensino, visando um sistema misto de aulas presenciais e ensino à distância. “Todos os espaços de aula foram transformados em “smart classrooms”, com equipamento de captação de som e imagem, assim como a presença de quadros interativos e câmaras robotizadas que permitem focar e seguir o professor no decorrer da aula, em sistema de “auto-tracking”. Estes espaços têm captação de som e écrans que permitem partilhar intervenções dos docentes, alunos presenciais e à distância."
José Bidarra, da Universidade Aberta, já participou noutras edições deste Ciclo de Seminários. Não é alheio o facto de trabalhar numa instituição que promove o ensino online há mais de 20 anos. Trouxe para este debate "Problemas e perspetivas do ensino híbrido". "Várias questões se podem levantar, desde logo a criação de dinâmicas pedagógicas adequadas à integração entre presencial e remoto. Mas também saber qual o papel das tecnologias cada vez mais sofisticadas e a sua adaptabilidade a novos eventos geradores de complexidade social e incerteza."
A sessão foi encerrada por Cristina Pinto, do Conselho de Administração do Citeforma. Congratulou-se pela riqueza desta "reflexão em conjunto. Percebemos que há outros profissionais com o mesmo problema e que temos um longo caminho em conjunto"
Isabel Henriques, Delegada Regional do IEFP para a região de Lisboa destacou o desafio enorme, de um país que se encontra em diferentes velocidades. "O teletrabalho espalhou-se. As empresas tiveram de alterar os seus modelos de negócio e os seus processos produtivos. As que conseguiram, foram as que tinham mais competências digitais e mais pessoas qualificadas". Concluiu com uma questão abordada por vários oradores "É necessário aprimorar métodos e conteúdos. Ter competências digitais mínimas absolutamente necessário hoje em dia".
No final do seminário chegou-nos, de forma voluntária, um conjunto de comentários e elogios à iniciativa, que aqui partilhamos:
“Muito obrigado pelos excelentes oradores, onde ficou patente a qualidade da inovação no nosso país e até do próprio Citeforma, com a realização do presente seminário”;
“Excelente seminário! Excelentes oradores!!! Grande apoio da equipa técnica! Parabéns a todos!”;
“Por mais seminários assim pois foi bastante enriquecedor o que me leva a refletir que ainda temos ‘muito caminho a percorrer’… Vamos a isso;)”
06 abril 2022
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