Vivemos, hoje em dia, numa profunda revolução tecnológica que transforma os métodos tradicionais de produção em processos de transformação digital, e em que as mudanças ocorridas no mercado de trabalho e na sociedade transformaram o conteúdo funcional dos profissionais da área da Gestão, em particular da Contabilidade e Fiscalidade.
Neste contexto digital, a implementação das tecnologias digitais para apoiar e interligar os sistemas de informação relacionados com os sistemas contabilísticos e fiscais e de recursos humanos de qualquer organização pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, tem impactos muito significativos nos conteúdos funcionais e obriga os RH destas áreas a adquirir novas competências digitais, sendo a formação profissional um instrumento essencial para tal fim.
As Tecnologias de Informação (TI) estão a influenciar, de forma penetrante, as organizações, em concreto os seus recursos humanos (RH), e o uso das TI está a transformar os RH tradicionais em e-HR, aumentando a sua eficiência, redução de custos, diminuição de tarefas administrativas e manuais e do uso do papel e possibilitando trabalhar simultaneamente para o alcance dos objetivos organizacionais, proporcionando maior facilidade no processo de planeamento e controlo de gestão.
As inovações tecnológicas e as TI permitem que as empresas transformem a sua organização, e otimizem os seus processos, tarefas e procedimentos internos, oferecendo vantagens competitivas, e transformando os RH numa poderosa ferramenta e num ativo estratégico.
As constantes e rápidas mudanças, as alterações legais, as transformações políticas, as crises económicas e de saúde pública, o crescimento da competitividade e as alterações das características da população impulsionaram mudanças relevantes na composição da força do trabalho. Todas estas transformações, consequência da maior utilização da tecnologia e da capacidade de inovação, trazem implicações nas competências a desenvolver, desempenhando a formação profissional um fator crítico de sucesso para tal fim.
Segundo a Comissão Interministerial para o Emprego (2001), perfil profissional pode designar-se como um conjunto de competências requeridas para o exercício de uma atividade ou de uma profissão, podendo incluir deveres, responsabilidades, condições de trabalho, requisitos, sistema de ingresso e progressão na carreira.
O perfil profissional desejável está normalmente interligado a três grupos de habilidades: cognitivas (obtidas através do rácio lógico e abstrato, capacidade de resolução de problemas, criatividade, capacidade de argumentação, análise crítica e conhecimento geral), técnicas especializadas (informática, língua estrangeira, domínio de equipamentos e processos de trabalho) e comportamentos e atitudes (cooperação, iniciativa, empreendedorismo, motivação, ética).
Atualmente, o perfil profissional de um profissional da área da gestão exige também a capacidade de lidar com o princípio da rapidez, flexibilidade e qualidade, afastando-se do perfil mais mecânico que apenas reproduz e executa tarefas. Deve ir ao encontro dos aspetos intelectuais e técnicos, mas valorizar os comportamentais, o conhecimento do negócio (os recursos financeiros, tecnológicos e organizacionais da empresa), e as competências tecnológicas e digitais.
A formação profissional é um instrumento estratégico e operacional fundamental para colmatar estas novas necessidades dos profissionais.
Por João Bibe
Coordenador de Formação no Citeforma nas áreas de Contabilidade e Fiscalidade , Gestão e Administração e Enquadramento na Organização
15 fevereiro 2022
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